RAÇAS NORMANDO E PARDO SUÍÇO
NORMANDO
O Normando é uma raça de gado leiteiro originária da região da Normandia, no noroeste da França, e destaca-se no Brasil por sua adaptação ao clima tropical e suas características distintas. A raça, criada principalmente para a produção de leite rico em gordura, ideal para a fabricação de manteiga e queijo, além da carne marmorizada e saborosa, foi desenvolvida ao longo de vários séculos pelos agricultores da Normandia nas exuberantes pastagens do noroeste da França. O Normando é reconhecido por sua dupla aptidão, destacando-se tanto na produção de laticínios quanto na qualidade da carne. A qualidade do leite coloca o Normando como a raça número 1 mundial para a produção de queijo, e seu rendimento de carne e marmoreio são superiores.
Curiosamente, ao contrário de raças especializadas, o Normando preservou resistência e qualidades de reprodução, como fertilidade, facilidade de parto, bons aprumos, conversão alimentar e diversidade genética. Isso permite a produção de leite sem comprometer as qualidades essenciais de reprodução.
Características morfológicas da raça
As características e a morfologia únicas do Normando são preservadas devido à não seleção exclusiva para uma característica específica. Essa abordagem resultou na manutenção de notáveis qualidades normalmente perdidas por raças especializadas, como fertilidade, facilidade de parto, bons aprumos e resistência geral. A pelagem grossa e crespa proporciona uma boa proteção contra o frio, enquanto os anéis nos olhos são eficazes contra o sol no verão. A raça também exibe notável docilidade, facilitando o manejo, e apresenta taxas excepcionais de conversão alimentar continuamente melhoradas com a seleção contínua. Criado em pasto nativo por séculos, o Normando mostra excelente capacidade de pastoreio.
Características do leite que diferenciam das demais raças
O leite produzido pelas vacas Normando em sistemas de alta alimentação forrageira é diferenciado, com uma média de 6.350 a 6.800 kg de leite por lactação, contendo 3,6% de proteína e 4,4% de gordura. Muitas vacas ultrapassam 9.000 kg, e algumas chegam a 13.000 kg. A raça é conhecida por mais de 90% de seus animais serem portadores do gene Kappa B caseína e 82% dos touros pais possuírem o genótipo BB. Os níveis dessa caseína (beta e kappa) melhoram a qualidade do leite na fabricação de queijo. Além disso, o leite apresenta uma proporção favorável de cálcio/fosfato, e a micela de caseína de pequeno diâmetro resulta em rendimentos de queijo 15 a 20% mais altos, dependendo do tipo de fabricação. Na França, a raça é associada à produção de queijos renomados como Camembert, Pont-Lévêque e Livarot.
Vantagens da raça e curiosidades sobre sua distribuição no território nacional
A raça Normando, de grande porte, rústica, fecunda e longeva, é conhecida por sua produção de carne relativamente magra, de excelente qualidade, e leite de alto teor de gordura. Sua pelagem deve ter as três cores – vermelho ou ruivo (blond), castanho escuro ou pardo (bringe) e branco (caille), cuja predominância varia conforme o indivíduo. Animais com pelagem rosilha são desclassificados, enquanto os salinos são tolerados.
Atualmente, existem mais de 15 mil Normandos registrados no Brasil em 11 estados, com o Rio Grande do Sul concentrando a maior população, segundo a Associação de Criadores de Gado Normando no Brasil.
Em resumo, as vantagens do gado Normando incluem carne relativamente magra, leite com alto teor de gordura, dupla aptidão, docilidade, resistência a baixas temperaturas e longevidade. Essas características fazem do Normando uma escolha valiosa para os criadores, contribuindo significativamente para o cenário pecuário nacional.
PARDO SUÍÇO
O Pardo Suíço, uma raça de gado de origem suíça, conquistou presença global, sendo atualmente criada em quase todos os países europeus, com destaque para Itália, Alemanha e Áustria. Nos Estados Unidos e Canadá, é conhecida como Brown Swiss. Sua presença também se estende ao Uruguai e à Argentina, onde encontramos centros de criação dedicados.
História da Raça:
Os Pardos Suíços têm raízes profundas na região nordeste da Suíça, habitando áreas desafiadoras desde cerca de 4000 a.C. Suas características morfológicas e qualidades fundamentais foram moldadas ao longo dos séculos pela influência da natureza. Fatores como a qualidade do solo, variações climáticas, topografia montanhosa e pastagens entre 700 e 2.000 metros acima do nível do mar foram determinantes para forjar o Pardo-Suíço robusto e auto-suficiente, verdadeiramente um produto de sua terra natal. A partir do século XIX, criadores suíços reconheceram a importância da seleção e acasalamento direcionado para preservar as características da raça e aprimorar o rebanho. A seleção de matrizes era pautada em “corpulência, harmonia de conformação e produção de leite”, sem admitir cruzamentos com outras raças, garantindo assim a pureza racial do Pardo-Suíço.
Distribuição Global:
A rusticidade do Pardo-Suíço permitiu sua disseminação global, estando presente em mais de 60 países, desde o Círculo Ártico até os Trópicos, com um total de 11 milhões de exemplares puros e cruzados em todo o mundo.
Características da Raça:
Os animais desta raça apresentam uma pelagem cinza-escura, conhecida como “pêlo-de-rato” (a cor preferida pelos criadores), além de variações como cinza, parda-clara e parda-escura. Os machos geralmente são mais escuros que as fêmeas. É comum encontrar exemplares com pelagem clara ao redor do espelho nasal e partes internas dos membros e do dorso. Possuem cascos pretos, chifres brancos com pontas pretas, pele grossa e elástica, com pelos curtos e grossos, e mucosas escuras.
Chegada ao Brasil:
A raça chegou ao Brasil no início do século XX, com “Kuno” sendo o primeiro animal registrado em 1905, importado pelo Visconde Ribeiro Magalhães, de Bagé, RS. Em 23 de maio de 1938, a Associação Brasileira dos Criadores de Gado Pardo Suíço (ABCGPS) foi criada para controlar e registrar animais da raça sob a supervisão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, com sede em São Paulo, no Parque da Água Branca.
Distribuição no Brasil:
Por muitos anos, o Pardo Suíço foi criado como um animal de dupla aptidão. Entretanto, com os cruzamentos, a raça atualmente possui duas linhagens distintas: uma focada na produção de leite e outra na carne. Ainda existem criadores que mantêm a criação de animais com dupla aptidão, preservando a rusticidade. A raça está distribuída por todo o território nacional, com o maior rebanho concentrado no estado do Rio Grande do Norte, onde a produção de leite é o foco. Os animais são versáteis e apresentam um leite ideal para a produção de laticínios.
Cruzamento Industrial:
Os Pardos Suíços resistem bem a altas temperaturas, tornando-os desejáveis na pecuária leiteira e proporcionando baixo custo com instalações. São dóceis, de fácil manejo e ganham peso rapidamente. Na produção leiteira, é necessário investimento em concentrados de proteínas, mas nada que ultrapasse o limite tolerável para um retorno econômico satisfatório. Em cruzamentos industriais, o Pardo Suíço voltado para a produção de leite apresenta melhores resultados com raças como Gir, Girolando, Guzerá e Indubrasil. Já nas cruzas para produção de carne, o melhor resultado é obtido com o Nelore.
Vantagens do Pardo Suíço:
- Alta Conversão Alimentar
- Alta Fertilidade de Machos e Fêmeas
- Precocidade Sexual: Novilhas entram no cio aos 345 dias
- Rusticidade: Tolerância ao Frio e Calor
- Camada de Gordura na Quantidade Certa, sem Excessos
- Produção Leiteira: Mais de 2.500 quilos de leite em 200 dias
- Habilidade Materna
- Viabilidade Econômica em Confinamento
Em resumo, o Pardo Suíço representa uma opção valiosa para criadores, destacando-se por suas características distintas, adaptação global e vantagens econômicas tanto na produção de leite quanto na de carne. Sua história rica e preservação da pureza racial garantem sua relevância contínua na pecuária mundial.
A Inseminação em Tempo Fixo (IATF) vai além de uma simples ferramenta de melhoramento genético – é uma chave fundamental para impulsionar o desempenho reprodutivo do seu gado leiteiro. Este curso oferece um mergulho profundo nas bases fisiológicas dos hormônios, diversos protocolos, estratégias de implementação e monitoramento, além de abordar todos os fatores essenciais para garantir o sucesso dessa técnica. Se você, como produtor, deseja elevar os resultados de nascimentos em seu plantel, não deixe essa oportunidade escapar. Clique no link abaixo para adquirir conhecimentos vitais sobre esta técnica e transforme a reprodução do seu gado leiteiro.
