RAÇAS MOURA E NILO CANASTRA
MOURA
O Porco Moura é uma raça suína originária da região sul do Brasil, especialmente do estado do Paraná. Destaca-se por seu tamanho, podendo atingir até 300 quilos quando adultos. Sua pelagem é escura, com pelos claros entremeados, formando um padrão rajado característico, além de apresentar uma estrela na testa em algumas regiões, o que lhe confere o nome de “Porco Estrela”.
ORIGINALMENTE ESTA RAÇA TINHA GRANDE VALOR COMERCIAL
Esses suínos são conhecidos por sua produção de 8 a 10 leitões por leitegada e por oferecerem carne e gordura de excelente qualidade. São descendentes dos porcos trazidos ao Brasil durante o período colonial pelos jesuítas portugueses e espanhóis. Apesar de terem sido bastante valorizados no passado, raças como o Porco Moura perderam importância devido a recomendações médicas e pressões econômicas para aumentar a produtividade, o que resultou em sua quase extinção.
UMA CARNE E BANHA MUITO VALORIZADAS NO COMÉRCIO
Atualmente, restam poucos exemplares dessa raça, que são encontrados em pequenas propriedades de criadores descendentes de diferentes nacionalidades, como italianos, alemães, ucranianos e portugueses. Os suínos da raça Moura são criados de maneira rústica, soltos em pastagens e florestas nativas, alimentando-se de uma variedade de alimentos naturais. Esse modo de criação, embora mais lento em termos de crescimento, contribui para a qualidade e sabor diferenciados da carne.
AS DIFICULDADES QUE A RAÇA ENFRENTA PARA SE MANTER NA PURA ORIGEM
A carne do Porco Moura é altamente valorizada devido ao seu alto teor de marmoreio, que consiste na gordura entremeada nas fibras musculares. Isso torna a carne mais suculenta, macia e saborosa. Sua cor avermelhada é resultado do pH da carne, que é influenciado pelo bem-estar do animal durante sua criação e abate. Essa carne é comparada à dos porcos pretos ibéricos, utilizados na produção do jamón pata negra espanhol, devido à sua riqueza de sabores. O projeto de resgate do Porco Moura começou na década de 1980 e foi retomado em 2014, o que contribuiu para evitar sua extinção. Atualmente, a raça é mantida em diversas instituições públicas e privadas, assim como por criadores rurais, garantindo sua preservação e contribuindo para o mercado de carne suína de qualidade no Brasil.
NILO CANASTRA
O porco Canastra, também conhecido como Meia-Perna, é uma raça suína de porte médio com uma longa história no Brasil. Descendente de raças portuguesas como Alentejana e Transtagana, o Canastra é reconhecido por sua aptidão para a produção de banha, embora também tenha um pernil longo e uma carne considerada razoável. Geralmente, os adultos pesam entre 120 e 150 quilos, sendo animais muito rústicos e dóceis.
MORFOLOGIA DA RAÇA
A cabeça do porco Canastra é pequena e leve, com perfil sub-côncavo, focinho antes curto, bochechas largas e pendentes, e orelhas médias e horizontais, às vezes com brincos. Seu pescoço é curto e largo, e seu corpo é de proporções médias, um pouco roliço, com membros curtos separados e ossatura fina. Originalmente utilizado na produção de banha, o Canastra é fruto do cruzamento do porco Nilo, de porte pequeno e pelagem pelada, com o Canastra.
No entanto, o porco Canastra está enfrentando sérios desafios devido à introdução de raças estrangeiras mais produtivas na suinocultura brasileira a partir da década de 1970. Com a valorização de raças do tipo carne, como Large-White e Landrace, a maioria dos porcos nativos, incluindo o Canastra, perdeu espaço devido à sua aptidão para a produção de banha. Além disso, o cruzamento com raças exóticas tem contribuído para o declínio do Canastra e de outras raças nativas.
PARTICULARIDADES DA RAÇA
No entanto, recentes estudos indicam que a banha de porco não é prejudicial à saúde como se pensava anteriormente, enquanto alguns óleos vegetais têm sido associados a problemas de saúde. Isso tem levado a um aumento gradual na demanda por banha de porco, o que pode tornar as raças produtoras de banha, como o Canastra, economicamente viáveis e importantes novamente.
O porco Canastra é encontrado principalmente nas regiões centro-oeste e sudeste do Brasil, embora esteja ameaçado de extinção devido ao cruzamento com raças exóticas. Embora seja considerado uma raça de tamanho médio, com características rústicas e adaptadas ao clima brasileiro, sua preservação enfrenta desafios significativos devido às mudanças na indústria suína e na preferência do consumidor.
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