RAÇAS BORDER LEICESTER E CORRIEDALE
BORDER LEICESTER
Border Leicester: Elegância e Versatilidade na Pecuária Ovina
A raça de ovelha Border Leicester, com sua origem enraizada nas terras de Northumberland e nos condados do sudeste da Escócia, destaca-se como uma joia da zootecnia, forjada ao longo dos séculos. Sua linhagem remonta a 1755, quando o visionário zootécnico Robert Bakewell, em Dishley, imprimiu sua expertise na transformação do primitivo Leicester, dando origem a um ovino de porte avançado, notável capacidade de engorda e características únicas.
As técnicas inovadoras de Bakewell moldaram o Border Leicester, conferindo-lhe uma estatura imponente, com cabeça e pescoço mais harmoniosamente implantados, um corpo alongado, tórax robusto e costelas delicadamente arqueadas em comparação com o Leicester de Dishley. A passagem da raça se deu em 1898, com a formação da Society of Border Leicester Sheep Breeders, baseada em Edimburgo, Escócia, que mantém registros genealógicos desde 1899.
Elegância e Utilidade: O Retrato Geral da Border Leicester
A Border Leicester se apresenta como um ovino de grande porte, robusto, ágil e imponente, ostentando um manto distintivo que deixa a descoberto a cabeça e os membros dos joelhos para baixo. Essa raça multifacetada é reconhecida por sua dupla específica: produção de carne e lã grossa, esta última descrita por mechas longas e brilhantes. O equilíbrio zootécnico notável se traduz em uma proporção de 60% carne e 40% lã grossa, consolidando a Border Leicester como uma escolha eficaz para criadores que desejam.
Elegância na Anatomia: Cabeça e Corpo da Border Leicester
A cabeça da Border Leicester, de tamanho mediano, impressiona com seu perfil acentuadamente convexo, olhos pequenos e vivos, e orelhas de inserção baixa que conferem ao animal uma expressão atenta. Lábios e narinas pigmentados de preto completam o visual, enquanto a cabeça, desprovida de lã, é revestida por pêlos curtos e brancos.
O corpo, de perfil retangular, revela uma estrutura muito comprida e desenvolvida, com costelas arqueadas que conferem ao fundo uma forma cilíndrica. Dorso e lombo retos e longos, quartos bem conformados, todos valorizados para a moda singular dessa raça. Os membros, desprovidos de lã, apresentam ossos grossos e bem aprumados, complementados por cascos escuros.
A Pelagem Única e a Lã de Valor: Velo e Lã da Border Leicester
A pelagem da Border Leicester não é extensa, com mechas de pouca densidade que terminam em pontas caracteristicamente distintas. Essas mechas apresentam ondulações largas, proporcionando uma estética única. O velo atinge de 4 a 5 kg em fêmeas de rebanhos gerais e de 6 a 10 kg em carneiros a galpão. Quanto à lã, o diâmetro médio das fibras varia de 36 a 42 micrômetros, correspondendo às finuras, Cruza 5 e Cruza 6 na Norma Brasileira de Classificação da Lã Suja. As mechas, com 15 a 20 cm de comprimento, são valorizadas no mercado pelas suas características, empregadas na fabricação de carpetes, estofamentos e forrações.
Aptidões Versáteis e Sólida Base Genética: O Legado da Border Leicester
A Border Leicester é reconhecida por sua rusticidade e precocidade, apresentando índices de nascimentos entre 110% e 130%. Sua fixidez de caracteres e potência hereditária são notáveis, exercendo uma dominância genética eficaz em cruzamentos industriais. A produção abundante de carne e lã grossa, esta última valorizada em especificações específicas, como os tecidos rústicos, destaca-se pelas características dessa raça singular.
Muito prolífica e adaptável, a Border Leicester, com suas origens elegantes e aptidões marcantes, solidifica seu lugar como uma escolha valiosa tanto para a produção de carne quanto para a indústria têxtil, contribuindo significativamente para a pecuária ovina.
CORRIEDALE
Corriedale: A Síntese da Eficiência e Elegância na Ovinocultura
A raça de ovelha Corriedale, com suas raízes firmemente plantadas na Nova Zelândia, é uma expressão vívida da busca pela excelência na produção de carne e lã. Sua trajetória remonta a 1879, quando o visionário James Little, ousou criar uma linhagem única por meio de cruzamentos entre Merinos, Romney Marsh, Lincoln e Leicester. O resultado foi um ovino de dupla aptidão excepcional, harmonizando 50% para carne e 50% para lã, delineando assim o início da notável linhagem Corriedale.
Origem e Seleção Rigorosa: O Legado de James Little
A origem do Corriedale está intrinsecamente ligada às práticas revolucionárias de James Little, que em 1879 em seu estabelecimento “Corriedale”, acasalou 4.000 ovelhas puras Merinas com 100 carneiros puros Lincoln. Após uma seleção rigorosa, ele consolidou uma linhagem equilibrada, incorporando 50% de características de carne e 50% de lã. Outros criadores seguiram seus passos, buscando resultados semelhantes através de classificações com Leicester e Border Leicester. A raça foi oficialmente reconhecida como pura em 1911 pela “The Corriedale Sheep Society”.
Elegância Funcional: O Aspecto Geral do Corriedale
O Corriedale personifica o vigor e a constituição robusta necessária para a produção dual de carne e lã. Sua aparência imponente, com um porte bem equilibrado, reflete uma conformação adequada para a funcionalidade desejada. A agilidade no andar e a vitalidade destacam-se, oferecendo ao animal uma notável capacidade de deslocamento. Este ovino de dupla aptidão, apresenta um esqueleto robusto e um velo pesado, extenso e de qualidade excepcional, mantendo um equilíbrio zootécnico ímpar, com 50% voltado para cada propósito.
Cabeça: Expressão de Masculinidade e Características Distintas
A cabeça do Corriedale é ampla e forte, expressando masculinidade nos carneiros. Desprovida de chifres, ela revela o foco na utilidade prática. As orelhas, de tamanho médio e cobertas de pêlos brancos, valiosas para uma estética harmoniosa. A pigmentação escura nas mucosas, lábios e pele entre as narinas denota atenção aos detalhes. O rosto, ao redor dos olhos e sobre a trompa, é preferencialmente coberto de pêlos brancos, destacando as características.
Conformação Corporal: Um Balanço entre Estética e Funcionalidade
O pescoço, de comprimento médio, largo e forte, se une harmoniosamente à cabeça, enquanto as paletas afastadas e paralelas afetadas para uma linha baixa sólida. O tronco comprido, com uma linha superior nivelada e costelas profundas, destaca-se pela cobertura de carne no lombo e costelas. A anca, formando um retângulo de bom comprimento e largura, complementa a conformação equilibrada do Corriedale.
Extremidades e Membros: Fundamentos para a Agilidade
As extremidades do Corriedale, com ossos bem aprumados e de comprimento moderado, são cruciais para sua agilidade. As pernas, bem separadas e perpendiculares ao corpo, formam uma base sólida. A abertura das patas dianteiras e traseiras é simétrica, garantindo equilíbrio. Cascos bem conformados e de cor escura, preferencialmente preta, solidificam a estrutura.
Lã: A Joia Funcional do Corriedale
O velo do Corriedale é uma maravilha funcional, pesado, uniforme e cobrindo todo o corpo, exceto virilhas e axilas. Suas mechas longas, densas e com ondulações pronunciadas, variação de 26,5 a 30,9 micrômetros de diâmetro médio das fibras. Essa lã branca, de excelente toque e bem lubrificada, é valorizada por suas características e qualidade. Nos machos, toleramos uma tendência a um grau mais forte, desde que a lã mantenha um toque excelente. Nas fêmeas, é admitida a finura PRIMA B, de 25,0 a 26,5 micrômetros, desde que acompanhada por um bom tamanho, velo pesado e demais características raciais bem definidas.
O Corriedale, com sua roupa funcional, solidifica seu lugar como uma raça notável na ovinocultura, alinhando-se perfeitamente à exigência da produção moderna de carne e lã. Essa criação de James Little, que ultrapassa fronteiras e continentes, continua a deixar uma marca indelével na história da pecuária.