RAÇAS HOLANDESA E JERSEY
HOLANDESA
A raça Holandesa, também conhecida como Holstein-Friesian, é uma linhagem europeia (Bos taurus taurus) especializada na produção de leite, sendo reconhecida mundialmente como a maior produtora em volume. A história dessa raça remonta a mais de 2000 anos, quando ancestrais primitivos eram domesticados nas terras planas e pantanosas do norte da Holanda e oeste da província da Frísia.
Uma curiosidade histórica envolvendo a raça diz respeito à confusão causada por frequentes mudanças de nome à medida que ela era importada por outros países. Na região de origem, a raça sempre foi chamada pelo nome Frisian ou Zwartbont Fries-Hollands, que traduzido para o português significa Holandês Preto e Branco.
Características da raça
As características distintivas da raça Holandesa incluem não apenas sua alta produção de leite, mas também sua facilidade de manejo. Segundo dados da ABCBRH (Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Holandesa), lactações de vacas adultas, padronizadas em 305 dias e duas ordenhas, proporcionaram, em 2002, uma média de produção de 8.130 kg de leite.
As fêmeas Holandesas são cobertas pela primeira vez aos 16 a 18 meses de idade, pesando acima de 460 kg, e o primeiro parto ocorre entre 25 a 27 meses, com um intervalo médio entre partos de 15 a 17 meses. A raça também é utilizada em cruzamentos, como o Girolando (Holandesa x Gir) e o Guzolando (Holandesa x Guzerá), ambos visando principalmente a produção leiteira.
O sucesso desta raça no cenário mundial
O rebanho Holandês é responsável por sustentar a pecuária leiteira mundial, presente em mais de 50 países, com mais de 2 milhões de animais registrados no Brasil. Essa raça é adaptável a diversos climas, desde regiões desérticas até tropicais, apresentando longevidade, excelente relação custo-benefício e sendo uma raça matriz para cruzamentos.
Particularidades deste gado no Brasil
O gado Holandês é robusto, de grande porte e com uma ampla caixa óssea. Caracterizado por sua docilidade e facilidade de manejo, as vacas possuem peso médio de 550 kg a 600 kg, enquanto os touros atingem de 900 kg a 1000 kg. A ABCBRH, fundada em 1934, desempenha um papel fundamental no registro oficial da raça no Brasil, tendo registrado mais de 2.500.000 animais no herdbook.
Embora a criação da raça Holandesa não seja viável em todas as regiões do país, é comum realizar cruzamentos genéticos para aumentar a produtividade, utilizando material genético importado. Essa prática é evidência do impacto duradouro e global da raça Holandesa na indústria leiteira.
JERSEY
A raça Jersey, oriunda da ilha de Jersey no Canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra, é uma linhagem de gado bovino da subespécie Bos taurus taurus. Seu surgimento deu-se a partir do cruzamento entre o gado negro da Bretanha e o gado vermelho da Normandia. A expansão da raça ocorreu por meio de exportações para a Inglaterra, Estados Unidos, Canadá e diversos países da América Central e do Sul.
Chegada da raça ao Brasil
No Brasil, a chegada da raça remonta a 1895, quando os primeiros exemplares foram trazidos por Joaquim Francisco de Assis Brasil, um pecuarista, advogado e político gaúcho. A oficialização da raça pelo Ministério da Agricultura ocorreu em 1930, seguida pela fundação da Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil no Rio de Janeiro, oito anos mais tarde. Atualmente, a sede da associação está localizada em São Paulo, consolidando a raça Jersey como uma das maiores heranças da pecuária brasileira e internacional.
Características da raça
As características físicas distintivas do gado Jersey incluem pelagem lisa em tons de marrom claro ou escuro, porte reduzido, com vacas pesando em média 350 quilos e touros, 500 quilos. Focinho e língua de coloração preta escura, chifres curtos e cabeça pequena são características comuns, mas o destaque vai para os úberes bem desenvolvidos, proporcionais ao tamanho do corpo.
Além da estética, a raça Jersey é reconhecida pela produção de leite de alta qualidade, com teor de gordura e proteína superiores a outras raças. Sob condições normais, as vacas podem produzir entre 12 a 15 kg de leite diários, podendo ultrapassar 25 kg com manejo adequado. Esta raça é altamente valorizada pelos produtores rurais devido a uma série de fatores que contribuem para aumentar a eficiência e rentabilidade nas propriedades.
A docilidade é uma característica marcante das vacas Jersey, facilitando seu manejo, inclusive por crianças. A adaptabilidade da raça é notável em diversos aspectos, desde tipos de ordenha, convivência com outras raças, manejo, alimentação, diferentes climas, regiões e altitudes. Sua precocidade reprodutiva reduz significativamente os custos de investimento até o primeiro parto.
Esta raça lidera no quesito custo/benefício
A eficiência alimentar da raça Jersey é excelente, resultante não apenas de seu porte menor, mas também de sua capacidade única de converter alimentos em leite de maneira produtiva. Reconhecida como a mais eficiente nesse quesito em comparação a outras raças bovinas, a Jersey destaca-se também por sua fertilidade, maturidade sexual precoce e resistência a problemas nos pés devido ao seu tamanho menor.
A raça Jersey é mundialmente reconhecida pelo leite de alta qualidade que produz, sendo mais rico em proteínas e cálcio, apresentando um sabor e valor nutricional superiores. Seu leite é altamente rentável para a produção de queijo, manteiga e outros laticínios.
Os maiores rebanhos de gado Jersey no Brasil concentram-se nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais. O município de Braço do Norte, em Santa Catarina, é considerado a capital do gado Jersey, sendo responsável pela maior contribuição no melhoramento genético desta raça no país.
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